Como é que se diz....

Se as palavras não cabem e a gramática sufoca.
Já queimou o que ardia?

Feriado histórico no Matriz

No último dia 20, véspera de feriado de Tiradentes, o CMMI (Circuito Mineiro de Música Independente) realizou seu primeiro evento, na casa de show matriz, em Belo Horizonte. O encontro histórico das bandas instrumentais Macaco Bong (Cuiabá) e Burro Morto (PB) deixou a casa lotada e o público boquiaberto. O CMMI que é formado por nove coletivos mineiros, aproveitou a passagem das bandas pela capital, que se apresentaram no Conexão Vivo 2009, no parque municipal. Já com um grande público, o Burro Morto foi a primeira banda a subir ao palco. Com a formação baixo, bateria, percussão, guitarra, sintetizadores e efeitos eletrônicos, o quinteto, trouxe uma mistura de rock contemporâneo com um swing nordestino e intervenções psicodélicas. O som prendeu a atenção dos presentes do início ao fim da apresentação. Os arranjos da bandas são executados minuciosamente, sem deixar de respirar pelo improviso e pelo sentimento do momento. Entre as apresentações das bandas, DJs dos coletivos, animaram a pista com diferentes gêneros do rock.
A expectativa era grande por parte dos expectadores, em sua grande maioria integrantes de bandas importantes do cenário independente, produtores e agitadores culturais. Afinal, a próxima a se apresentar é o grande destaque da cena independente nacional. O trio Macaco Bong, logo na primeira música fez jus ao impacto que vem causando na mídia nacional e internacional com seu disco “Artista igual a pedreiro” e principalmente com o furor em suas performances ao vivo. A intensidade das harmonias e a qualidade musical dos integrantes, música após música, são o grande diferencial da banda. O desempenho do guitarrista Bruno Kayapy é chocante, tanto pela execução de suas notas e timbres, tanto pela postura, que demonstra a conexão entre o instrumento e o instrumentista.
É certo que quem esteve presente nesta noite rara, teve um privilégio enorme, observando que tal encontro dificilmente voltará a acontecer. O encontro entre grandes artistas e pessoas envolvidas com a música, dois shows inesquecíveis, a interação com a casa de show Matriz, tudo isso em plena segunda feira, marcou o início do CMMI, mostrando que esta união tem tudo para vigorar e fortalecer ainda mais a cena mineira.

twitter

A partir de agora (atrasado?) o bar estará presente no twitter. Acho que vai dinamizar as informações, principalmente se tratando de eventos. Espero encotrar a maioria das pessoas interessantes daqui, acolá!

Acúmulo

Muitas coisas nestes dias. Conexão, festa CMMI, outro show do hall dos mais fodas da minha vida... Muita coisa pra contar. Já já, dou um jeito de postar tudo que pretendo. Aguardo. A paciência é uma das maiores virtudes. Preciso escrever muito....Mas não resisto... O Macaco bong é uma das maiores e mais legais bandas do Brasil! (a foto de baixo é dos paraibanos do Burro morto que também é muito chique).

ir e ir

Começo
Empolgo
Transformo
somo
Acrescento
Distorço
Perco
Sinto
Vou
Volto
Não acho
Iludo
Esvazio
Ouço
Silêncio
Repito
Copio
Eu
Ela
Alguém
Ninguém
Nada.
Ando em círculos? Na visão de alguém especial... eu era assim...Será que um dia serei novamente?

raras artes

São sensíveis as estâncias literárias, musicais e de todas as formas de expressões visuais (artísticas ou não)... E atemporal a arte da inspiração. Sendo inóspito o estado de aceitação e espera, entramos em dolorosa crise criativa. O tempo todo. É certo que existem técnicas, manhas e cativantes ações capazes de acelerar tais processos. Podemos dizer que vivemos em um tempo onde gostamos de obras literárias completas pelo fato de que um bom livro ou poesia, rapidamente é associado ao poder criativo e único de seu criador. Ouvimos discos inteiros às vezes porque, o método de produção se baseou em um grande acerto inspirado.

Pelo fator internet, isso tende a acabar. Baixamos faixa a faixa, não gostamos de álbuns longos e do ócio criativo (apesar da facilidade de se obter uma discografia completa). Cria-se então outro enorme nicho de mercado. Mas não é o foco deste texto.

A percepção me bateu à porta e caiu a ficha de uma nova oportunidade para os donos da paciência: Porque sofrer pelo período de ócio e abandono criativo, se em raríssimos momentos, pode surgir uma grande obra, capaz de satisfazer o criador e as criaturas? Dois coelhos em uma só cajadada. O que veio da mais longínqua idéia do que é a inspiração (e de onde ela vem) acaba de fazer valer apena cada bola de papel que, ao invés de ir para o cesto de lixo, se torna um rascunho dentro de uma pasta velha (postumamente transformado em raridades artísticas de valor inestimável).

Ainda é complicado entender alguns valores dos homens, porém, muitos deles, jamais pensados por alguém que espera entrar nas colunas e revistas de arte, farão o caminho que certamente polêmico, constituirão sua história (o lado A e o lado B) e serão motivos de muitos momentos e debates.