Intercambio dos saberes - Diário de bordo 1

segunda, 25/7

Depois de uma semana praticamente acordado 20h por dia por conta do Escambo 2011, na segunda dia 25/7, momento pós que seria inteiramente dedicado ao descanso, fiquei por conta de me preparar para a viagem a Fortaleza, pelo Intercâmbio dos Sabares, proposto pela RedeCem com o intuito de trocar experiências durante o processo de produção e realização da Feira da Música 2011.

Fui para BH de carona com um amigo, Felipe Chagas, que se prontificou a me levar de imediato. Cheguei no aeroporto às 20h e logo tive uma decepção ao fazer o check in: A cachacinha artesanal que eu comprei para levar de presente para a anfitriã, Thais Andrade não poderia embarcar, simplesmente pelo fato de não ser industrial. Rodei o aeroporto em busca de uma solução e a melhor opção que encontrei foi deixá-la em uma loja de produtos mineiros para pegar quando voltar, daqui a um mês...

Sem atrasos, meu embarque se deu às 23:32 e o avião partiu sem escalas rumo ao Ceará. Minha primeira vez no nordeste do Brasil. O voo foi tranquilo e confortável, assisti algumas besteiras na TV, lanchei um chips e cochilei um pouco antes de pousar às 2h em fortaleza. Quem iria me buscar era um taxista conveniado com a PRODISC, coletivo realizador da Feira da Música e integrante da RedeCem e do Fora do Eixo. A mala demorou uns 15 min para aparecer e depois foi só preciso achar o caminho rumo ao local marcado para entrar no taxi. Mais 20 min no taxi, onde pude ter meu primeiro contato visual com a cidade e saber das boas coisas do lugar segundo o taxista (o cara me indicou os shoppings como coisa massa a se fazer). Cheguei então no prédio e fui muito bem recebido às 3h da manhã pela Thais Andrade da RedeCem e pela Jéjel do Lumo Coletivo (PE) que já quase dormia na rede da sala. O Felix, também do Lumo já repousava, e me emprestou uma bermuda para dormir mesmo sem conversamos direito. A prosa boa ficara para o outro dia. Também dormia no apê da Thais, a Carol da RedeCem. Eu estava muito cansado e fui logo dormir.

Amanheceu e logo às 9h fomos tomar um café bem caprichado. Todos prontos nos dirigimos de carro para a PRODISC. O percurso demora uma média de 20 min. Chegamos na sede da PRODISC. Fui apresentado a todos e logo me surpreendi com a quantidade de pessoas trabalhando. Gente de todas as idades, espalhadas pela casa. Na terceira sala um reencontro emocionante com Cacau, uma das fundadoras do Fórceps que também está trabalhando na Feira. Passado os abraços e cumprimentos, fui logo convidado para participar de uma reunião do Encontro. Era uma das primeiras com a equipe mais encorpada. Entendi que a Feira comemorará seus dez anos de vida e o formato do evento será baseado em seus três pilares: A Mostra de música, o Encontro e a Rodada de Negócios. O Encontro é a frente que envolve todo o processo de formação e de construção filosófica da Feira. Cacau apresentou a plataforma de trabalho e as demandas. Eu fiquei com a função de fazer a ponte de comunicação entre a equipe do Encontro e suas ações e a comunicação geral do Festival.

Saindo da reunião, pausa para o almoço e novas demandas começam a surgir. Eu começo a trabalhar em um texto para um VT e em seguida em sua edição. O volume de trabalho é intenso mas da pra perceber o quanto todos estão envolvidos no processo. Só com isso já da para absorver toda a atmosfera que circunda este processo facilitando a entrada no ritmo. Ao fim do dia, lá pelas 19:30 fomos tomar uma sopinha. Eu achei que estranharia mais a comida daqui mas tudo é muito delicioso e me remete a comida mineira. depois do jantar uma reunião para falar da rádio. O Ivan nos passa as demandas e as aponta como prioridade. Já tinhamos um planejamento para o dia seguinte: Pesquisar e elaborar o spot de rádio da Feira. Mas a noite ainda tinha muitas horas. Para comemorar o aniversário da Thais, fomos para a barraca do Biruta, bem na beirada da praia. Meu primeiro contato com o litoral de Fortaleza. O bar era cercado logo não pude pisar na areia, apenas admirar a beleza e imposição do oceano.

Cerveja Só Kaiser e Antártica no local. Tomei umas e parei pra curtir o local, ainda vazio e conversar. De repente a casa que parecia só ficar cheia em shows de grandes nomes, lotou e eu descobri que a noite iria durar. Rolou dois shows, um da banda Gandarva (PE) e Andréia Dias (SP), há muito não animava de dançar. Acabado o ao vivo, começou os sets dos DJs de reggae. Mal dava pra andar e a galera dançava sem parar como se fosse forró. O local tem uma energias incrível e a noite durou até umas 2h quando decidimos partir para o apê. Amanhã todos já prometeram acordar cedo, rumo a mais um dia intenso de trabalho.

O clima no apê é super agradável, apesar do enorme calor que faz aqui. Venta muito, o ar é fresco, a decoração é leve e bonita e pra complementar, a sala tem sempre um vinil rolando e uma luz no abajour realçando a energia espalhada na casa. Já deu vontade de mudar de vida radicalmente!

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